"A Copa é amanhã, mas os brasileiros acham que é depois de amanhã", esse é o parecer de Joseph Blatter, atual presidente da Fifa em relação ao andamento das obras para a Copa de 2014.
Ainda segundo Blatter, em comparação com a África do Sul, três anos antes do evento futebolístico, “há claramente um atraso do Brasil em relação ao estágio onde estavam os sul-africanos", relatou.
Essa foi a primeira vez que Blatter se manifesta claramente sobre a questão. Antes, o presidente da Fifa atribuía essa tarefa ao secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke.
Ele até manifestou sua preocupação com o relatório dos preparativos que lhe foi entregue ano passado, afirmando como era impressionante o nível de atraso do país.
"Há alguns estádios com o alerta vermelho já aceso. E não estou falando apenas do Morumbi (na época, ainda cogitado para a abertura da Copa) e do Maracanã, estou falando de vários estádios", relatou Valcke em maio de 2010.
Agora é Blatter quem está preocupado, especialmente com a indefinição em relação ao Itaquerão, estádio que deve ser construído em Itaquera para a abertura da Copa.
O presidente da Fifa tem dúvidas quanto à finalização da maior parte das obras até 2013, quando o Brasil será sede da Copa das Confederações.
Segundo ele, há o risco de que nem o Rio de Janeiro nem São Paulo possam organizar as partidas, pois os estádios ainda não estarão adequados para receber os jogos deste evento, que será uma espécie de teste para o Mundial.
As críticas do presidente da Fifa são procedentes e fundamentadas. Apesar dos responsáveis pelos preparativos da Copa negarem a existência de atraso e na intenção de Orlando Silva, ministro do Esporte, de convidar Blatter para visitar o país e se certificar que as obras estão sendo executadas de acordo com os prazos, é evidente que muitos estádios estão atrasados, incluindo os que sediarão o jogo de abertura e a final (Itaquerão e Maracanã respectivamente).
A CBF desmentiu, em nota, que exista risco das obras do Maracanã não serem concluídas até a Copa das Confederações. Ela também afirmou que mesmo que as obras do itaquerão ainda não tenham começado, a comissão está trabalhando de forma intensa para equacionar as últimas questões técnicas.
Mas não só os locais dos jogos que estão atrasados; muito mais preocupante é a falta de infraestrutura, principalmente de transporte, para dar conta de todo contingente de turistas que virão para a Copa em 2014. O maior atraso sem dúvida se encontra nos aeroportos.
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