terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Porque morar em condomínio fechado

 

Você deve ter reparado, ao rodar sua cidade, aqueles bairros enormes, envoltos por muros, cercas, com portarias que parecem ter surgido de uma hora para outra - pois antes não havia tantos! Ao menos já deve ter ficado horas preso atrás dos portões, só faltando listar seu tipo sanguíneo e tentando convencer o porteiro de que só está indo para a festinha de aniversário do seu sobrinho!

Pois é, parece que a tendência do mercado imobiliário são esses conglomerados residenciais chamados condomínios fechados. Como o nome já diz, são comunidades habitacionais de acesso restrito a veículos e pessoas, caracterizadas por um pequeno número de ruas, muros altos e áreas comuns para os moradores.

Esses condomínios começaram restritos para as classes mais altas, porém hoje já se popularizaram tanto que os mais simples estão acessíveis à classe média. Porém, os mais caros ainda são os que oferecem uma maior e mais complexa infraestrutura: piscinas, quadras, campos, salão de festas, lago, áreas de caminhada, academia, playgrounds, espaço gourmet, salão de jogos, dentre outros serviços que oferecem ao morador tudo o que ele precisa.

Um dos problemas de que muitos moradores reclamam é exatamente a distância de um centro urbano, por isso a presença de tudo que eles precisam dentro dos limites do condomínio. Essa grande oferta de serviços é apenas uma das vantagens de morar neste tipo de comunidade residencial.

Um dos maiores atrativos é sem dúvida a segurança que ele pode oferecer. Houve um aumento de 10,8% no número de latrocínios - roubo seguido de morte - segundo os dados sobre a criminalidade em 2010 da Secretaria de Segurança Pública. Esse e outros tipos de violência consistem num dos maiores motivos para a grande procura por condomínios fechados.

Já que, por terem o acesso restrito, portaria que controla a entrada e saída de pessoas, muros e na maioria das vezes patrulha diária, serviço de segurança 24 horas e outros mecanismos de proteção, há menos chance de ser vítima de ações criminosas. Além disso, como a velocidade de circulação é controlada - geralmente não passando de 30 Km/h - o risco de acidentes é menor.

Isso garante a tranqüilidade dos pais, pois permite que os filhos brinquem na rua e circulem pelo condomínio livremente e sem perigos. Por isso a grande procura por parte de famílias com filhos pequenos, cujos pais têm medo de deixarem eles sozinhos para trabalhar. Outro benefício é justamente estimular o convívio e integração entre vizinhos, principalmente entre os mais jovens, já que os moradores dividem várias áreas comuns e sempre se cruzam nesses espaços.

A qualidade de vida é outro atrativo dos condomínios fechados. Além da segurança e diversas opções de lazer, há outros pontos positivos: os terrenos são geralmente maiores do que os dos centros urbanos, o que permite a construção de casas mais espaçosas; as áreas de convivência comunitária também são geralmente bem cuidadas muitos possuem extensas áreas verdes preservadas. 

Mesmo assim, nem tudo são flores, os condomínios são também alvo de críticas. As mais básicas consistem na dependência de carro para tudo, já que a maioria se localiza nos arredores da cidade, longe dos centros urbanos.  

Agora você já sabe os prós e contras de morar em condomínios fechados! Escolha com atenção e seja feliz!

Um comentário:

  1. É necessário criar uma ressalva na quantidade excessiva de condomínios que pipocaram no Brasil nos últimos 8 anos. Sinto me entristecido em ver o território público das cidades cada vez mais ser mutilado por muros, grades e portarias. O condomínio, indiscutivelmente, representa uma barreira à consolidação de um modelo de cidade desenvolvida e justa (como o são as cidades globais, p ex, Amsterdã, Nova York), onde diferentes classes sociais convivem e se integram de modo civilizado e natural. Loteamentos fechados são instrumentos paliativos usados pelas classes mais altas e pela iniciativa privada imobiliária para se isolar dos problemas de segurança ou de desigualdade, e para ofuscar a inoperância perene do poder público. Os muros e a segregação territorial só tendem a aumentar a tenção urbana e colaboram para o clima de insegurança das nossas cidades.
    Infelizmente, a cada dia mais, o espaço público urbano se rende à atuação desenfreada do mercado imobiliário, que através da cumplicidade e do descaso do poder público, copia o exemplo de cidades mais violentas ao redor do mundo, e institui o condomínio como a única forma de garantir o bem estar e salvação dos moradores.
    É preciso que o poder público assuma as verdadeiras funções que lhe cabem, como fornecer segurança aos moradores, equipamentos de qualidade de infra-estrutura e lazer . É pra isso que pagamos a absurda carga tributária brasileira. É sempre muito fácil deixar o parcelamento do solo e a segurança a cargo do poder privado e abandonar às suas funções básicas, apenas ficando com o recolhimento de impostos.
    É muito entristecedor ver este processo se consolidar.
    E é mais preocupante ainda ver a ausência de discussão na mídia local e nas comunidades, transformando um modelo urbanístico duvidoso e predatório em consenso indiscutível...

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