segunda-feira, 6 de junho de 2011

Venda de imóveis novos cai pela metade em SP

(Gazeta do Povo) – 17/05/11

A venda de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo caiu pela metade (49,6%) no primeiro trimestre de 2011, em relação a igual período do ano anterior, somando 4.265 unidades, de acordo com pesquisa mensal do Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). Ao analisar os resultados, a entidade chama a atenção para a forte base de comparação, já que nos primeiros três meses de 2010 foram vendidas 8.461 unidades, o dobro do comercializado um ano antes (4.831 imóveis).

No primeiro trimestre de 2011, o total de lançamentos recuou 18,7%, para 5.033 unidades, conforme os dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp). Com isso, o indicador de Vendas sobre Oferta (VSO) médio desacelerou de 20,2% para 10,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O desempenho, porém, ainda é superior à média de 8% informada no período de janeiro a março de 2009 e semelhante à média de 10,6% registrada nos primeiros três meses de 2007.

Em março deste ano, as vendas de imóveis novos somaram 1.566 unidades, o que indica uma queda de 16,2% em relação a fevereiro e de 61,8% ante março do ano passado, segundo o Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP. No período, o segmento de dois quartos respondeu por 48,1% do total de imóveis comercializados. Já as unidades de três dormitórios representaram 26,2% dos negócios e as de quatro dormitórios responderam por 13,3% das vendas. O nicho de um dormitório, que representa 7% das vendas, surpreendeu ao concentrar 12,3% em março.

Do total vendido no mês, 88,4% possuíam área útil média de até 130m². Os imóveis com área útil média entre 46 e 65m² concentraram 44,8% das unidades comercializadas no mês e representaram mais da metade no intervalo de até 130m².

Lançamentos
O total de lançamentos caiu 47,3% em março ante fevereiro, para 1.530 unidades, segundo a Embraesp. Reflexo do arrefecimento da economia e de fatores sazonais, a velocidade de vendas recuou de 13,2% em fevereiro para 11,5% em março. O mesmo indicador, em março do ano passado, alcançou 28,2%.

Em nota, o Secovi-SP reconheceu que o atual ambiente econômico é menos favorável em relação ao início de 2010, com inflação em alta e aumento da taxa de juros, o que tem afastado os compradores. O feriado de Carnaval, que neste ano ocorreu em março, também pode ter contribuído para a desaceleração das vendas.

A entidade destaca ainda o arrefecimento dos lançamentos relacionados ao programa “Minha Casa, Minha Vida”. Embora o teto dos valores dos imóveis que fazem parte da segunda fase do programa tenha sido revisto, os limites de faixa da renda familiar permanecem os mesmos.

Grande SP
As vendas de imóveis novos na região metropolitana de São Paulo cresceram 4,6% em março ante fevereiro, totalizando 3.899 unidades, conforme o Secovi-SP. A capital foi responsável por 40,2% do volume comercializado na região. Em nota, a entidade aponta que a relação entre capital e região metropolitana continua em ritmo decrescente e alerta que, se a legislação da capital não for revista, essa tendência será irreversível. Na região também foram lançados 3.002 imóveis em março, o que indica uma queda de 45,3% em relação a fevereiro e de 56,5% ante março do ano anterior.

Na avaliação de Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, é preciso aguardar os resultados dos próximos meses. “Por enquanto fica a impressão de desaceleração no ritmo de comercialização para um ajuste técnico, devido à valorização dos imóveis e dos insumos”, acrescenta, ao lembrar que tradicionalmente o maior volume de negócios se concentra no segundo semestre.

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