Preços de imóveis em São Paulo também disparam

No post de ontem mostramos a alta de preços dos imóveis que afeta os moradores do Rio de Janeiro. No entanto, não são só os cariocas em busca de um lar que estão sofrendo. Nos últimos 12 meses houve alta de 15,25% no valor de aluguel da capital paulista.

Este percentual é maior que o medido pelo IGP-M nesses 12 meses (até abril). Segundo o Secovi-SP (Sindicato de Habitação de São Paulo), neste mês, o valor do aluguel dos contratos novos em São Paulo subiu 2,1%.

Tudo isso é resultado do aumento da demanda ao mesmo tempo que a oferta de imóveis diminui, o que resulta em preços exorbitantes. Isso porque o bom momento econômico resultou na melhoria da renda dos brasileiros, que com possibilidade de adquirir um imóvel, contribuiu para o aumento da demanda por locação.

Outra questão também colaborou para o aumento da demanda por imóveis: o trânsito caótico da capital, que faz com que as pessoas, agora com renda para isso, procurem locais mais perto de seu trabalho ou faculdade.

Principalmente a classe média, que é a maior impulsionadora desta demanda e cujo perfil torna alta a procura por imóveis de um e dois dormitórios.

Já no sentido contrário, a oferta de imóveis para o mercado de locação vem caindo há 50 anos. De acordo com dados do Secovi, em 1950, 60% de todos os imóveis da cidade eram para alugar, em 2000, o número passou para apenas 22%.

A consequência deste desequilíbrio entre a oferta e a demanda é impulsionar os preços dos contratos novos, que já vem subindo desde 2005, para cima. Até este período os reajustes dos aluguéis não superavam a inflação, depois de 2005 passaram a ser maiores, se configurando como um período de recuperação dos preços daquele em que não houve grandes altas.

Uma solução para tentar igualar a oferta e a demanda é justamente aumentar a oferta. Desta forma aqueles que possuem imóveis excedentes devem pensar na possibilidade de oferecê-los para locação, ainda mais agora que podem lucrar com isso, devido os valores de aluguel em alta.

Outra opção demanda intervenção do poder público, investindo na reformulação de áreas da cidade hoje degradadas, de forma a atrair novos moradores, e em transporte, que é um grande atrativo e aumenta a possibilidade de haver maior oferta de unidades para locação.